sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

A verdade sobre o caso Acosta

Como eu esperava, aos poucos, com o passar do tempo, os detalhes do verdadeiro enredo da novela Acosta vão sendo revelados. Ontem, o presidente Maurício Cardoso parece ter elucidado de vez todas as dúvidas que pairavam sobre este caso, que provocou muita polêmica. E quanto mais informações vão sendo reveladas, mais penso que este caso é muito semelhante ao do apoiador Thiago Neves, que vem sendo disputado por Fluminense e Palmeiras. Preparem-se, porque a história é longa, mas vale a pena conferir.
Horas vejam porque: assim como Thiago Neves, Acosta assinou um novo contrato com o Náutico, antes do fim da temporada passada, mediante o pagamento de luvas. No caso do gringo, foram R$ 200 mil na mão. O detalhe, nos dois casos inclusive, é que o dinheiro não foi devolvido ao clube, embora o uruguaio tenha acertado sua transferência para o Corinthians sem nenhuma compensação para o Timbu.
Nos dois casos também, os jogadores assinaram um outro contrato, além do que já tinham. Thiago Neves com o Fluminense e Acosta com o Corinthians. Ou seja, eles têm dois contratos assinados e a FIFA prevê punição para isso. Basta, apenas que os clubes, Palmeiras e Náutico, dêem entrada nos documentos.
Agora voltamos a falar exclusivamente do caso Acosta. O gringo diz ter um distrato assinado pela diretoria do Náutico. Sim, ele tem um documento em mãos, mas esse papel em nada tem a ver com o contrato que ele assinou ao receber as luvas. Esse continua com o Timbu. Na verdade, o distrato foi com relação a um acerto que foi feito entre Náutico, Acosta e o seu procurador, Miguel Gareppe. Nesse contrato, ficou acertado que, no ato da assinatura do novo contrato, os direitos federativos do jogador seriam divididos entre ele (50%), Náutico (40%) e Gereppe (10%). Um acordo bom para todo mundo. Nem tanto. Não para o Cerrito, clube uruguaio que detinha os direitos sobre o gringo até junho de 2008. Faltava o acerto com ele. Maurício Cardoso até tentou um acordo, mas não foi ouvido pelo mandatário do time. Bem, o que aconteceu foi que, de alguma maneira, o Cerrito ficou sabendo do acordo feito entre Náutico, Acosta e Gareppe, que não o envolvia. O dirigente do clube ficou furioso e ameaçou denunciar o Timbu à FIFA, por aliciamento do jogador. Ao saber disso, a diretoria verificou que o Náutico poderia sofrer pesadas sansões e não quis pagar para ver. Na mesma hora, com a presença de Acosta e da sua esposa na sala do presidente Ricardo Valois, preparou o distrato do acordo (que Acosta apresentou no Corinthians).
Por fim, o capítulo mais recente dessa história. O Náutico tentou dar entrada no contrato que tem com Acosta antes do fim de dezembro, para tentar impedí-lo de assinar com outro clube. Contrato esse que tem início em 1 de janeiro e término em dezembro de 2008. Mas não conseguiu. A Federação Pernambucana de Futebol (FPF), que manda o documento para a CBF, devolveu os papéis, alegando a falta da liberação do Cerrito, que o Náutico, obviamente, não tem. Aí você diria: pronto, agora é que o Náutico não vai ganhar nada mesmo. Calma. O contrato de Acosta com o clube uruguaio termina em junho desse ano. Assim que isso acontecer, ele não terá mais vínculo e aí, sim, o contrato dele com o Náutico poderá ser registrado na CBF. Tentanto antecipar isso, e até mesmo evitar essa atitude drástica, o Náutico entrou na Justiça pedindo uma indenização de US$ 300 mil (pouco mais de R$ 500 mil). O advogado Oswaldo Sestário e os dirigentes alvirrubros estão confiantes na vitória. Será?

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