domingo, 4 de novembro de 2007

Entrevista - Miguel Gareppe (ao JC)

O Jornal do Commercio traz hoje uma entrevista muito interessante com o empresário do meia Acosta, Miguel Gareppe. Nela, ele faz várias revelações sobre o processo de renovação do gringo, além de dar uma pista sobre um próximo talento estrangeiro que pode vestiar a camisa alvirrubra. Confiram:

"Cerrito queria US$ 1 milhão"

As especulações sobre o futuro de Acosta voltaram com todo vapor na última semana. O Santos, por meio de seu presidente, declarou oficialmente que o gringo interessa ao clube. Já o Fluminense disse que não vai entrar em leilão para ter Acosta em 2008. Em meio a todo esse "fogo cruzado", o agente do meia, o também uruguaio Miguel Angel Gareppe, 37 anos, esteve no Recife e concedeu uma entrevista ao repórter Marcos Leandro. Ele acredita que a pendência com o Cerrito-URU, que detém os direitos federativos do jogador até junho de 2008, está próximo de um final feliz, apesar de o clube ter pedido US$ 1 milhão para liberar Acosta.

JC – A semana foi recheada de notícias envolvendo Acosta e outros clubes. Primeiro foi o Santos, depois o Fluminense. Quem de fato já o procurou para abrir uma negociação?

MIGUEL GAREPPE – Um empresário me ligou dizendo estar autorizado pelo presidente do Santos, Marcelo Teixeira, para contratar Acosta. Ele ficou de entrar em contato comigo no dia do jogo (Náutico e Santos, na última quarta), mas isso não aconteceu. Portanto considero como mais uns dos tantos boatos. Já o Cruzeiro fez uma investida pesada através de um empresário, que procurou direto o Cerrito. Acontece que a pessoa que representa o Cerrito (Walter Audifred, que por sinal é um agente Fifa) não é acessível, muito menos burro. E esse empresário o afrontou e o diálogo foi cortado.

JC – Falou-se que até a Lazio, da Itália, mostrou-se interessada...

GAREPPE – A Juventus. No entanto, acho que a coerência vale muito em um negócio. Acosta é um jogador que cresceu no Brasil e se me falassem que o futebol mexicano está interessado nele vou acreditar, pois ele tem perfil para jogar no México. Mas na Itália não sei. Não é que ele não tenha perfil, mas creio que uma adaptação ao futebol italiano seria mais demorada.

JC – Mas pelo assédio no momento, dificilmente Acosta vai permanecer no Náutico em 2008, certo?

GAREPPE – Hoje não poderia afirmar se ele vai ou não ficar no Náutico. Tudo vai depender do que surgir de proposta. Falei para Acosta que não adianta sair daqui, onde ele é ídolo, para se transferir para um clube onde será mais um jogador. Então acho que tudo vai depender do planejamento do clube.

JC – Como você está fazendo para blindá-lo contra o assédio da imprensa e dos empresários?

GAREPPE – É impossível blindar o jogador. Ele tem fama, as pessoas querem estar com ele e ele quer conviver com as pessoas. Acontece que, dependendo do momento, essas atitudes têm um peso negativo, como foi a visita dele até a concentração do Santos após o jogo contra o Náutico. No entanto, é preciso ressaltar que Acosta teve sua rotina mudada completamente. No Uruguai, ele dava entrevistas duas vezes por semana. No Náutico, ele virou estrela, com a imprensa batendo à sua porta o tempo inteiro.

JC – Foi surpresa para você o estouro de Acosta no futebol brasileiro?

GAREPPE – Meu objetivo com Acosta era abrir mais portas para mim no mercado brasileiro e, no final da temporada, conseguir um contrato melhor com um outro clube. Ninguém esperava que ele fosse vice-artilheiro. Meu pensamento era, no fim do ano, com tranqüilidade, sentarmos todos à mesa para decidir o melhor para o atleta. Mas com toda essa febre em cima do jogador, as coisas tomaram outras proporções.

JC – É verdade que o Cerrito pediu US$ 1 milhão para liberar Acosta para o Náutico?

GAREPPE – Na realidade o Cerrito soube que a multa para Acosta sair do Náutico gira em torno de R$ 3,5 milhões. Aí o Walter disse que se o Náutico está pedindo esse valor, que repassasse US$ 1 milhão para ele. Mas isso não existe. O Náutico tem que pagar US$ 150 mil, valor que ficou determinado em maio, quando assinamos a efetivação do pagamento dos US$ 30 mil referentes ao empréstimo para a temporada 2007.

JC – E a negociação com o Cerrito está perto de um fim?

GAREPPE – Acredito que dentro de mais uns dez dias estará tudo resolvido. Mantenho contato quase que diariamente com o Cerrito e tenho informações que o Walter está próximo de acertar nossa proposta. Mas caso o Cerrito queira complicar e não ceder Acosta em definitivo para o Náutico, vamos procurar uma alternativa para fazer com que se cumpra o que foi acordado, nem que seja em uma instância superior, como o Tribunal Arbitral Superior da Fifa. Mas isso é em caso extremo e não acho que vai chegar a esse ponto. Até porque não seria vantajoso para o Cerrito, pois até a Fifa dar seu parecer, o vínculo de Acosta com o Cerrito já teria chegado ao fim.

JC – Mas o Cerrito não pode exigir a volta do jogador, pois no Uruguai ainda persiste a Lei do Passe?

GAREPPE – O Cerrito pode querer que ele se reapresente no começo do ano. Se isso ocorrer, vamos conversar com os advogados do Náutico e de Acosta para tentar uma solução. Em todo caso, o Náutico está disposto a pagar o salário integral de Acosta até junho, até ele se desvincular do Cerrito. São seis meses, passa rápido.

JC – Por que a pressa de renovar com o Náutico. Não seria interessante esperar o final do campeonato?

GAREPPE – A questão da renovação com o Náutico foi uma fórmula de estender o vinculo de Acosta com o clube que abriu as portas para ele no Brasil, de uma forma vantajosa para o próprio jogador, que vai passar a ter um percentual dos seus direitos federativos. Se no futuro, houver uma negociação com outro clube, vai ganhar Acosta e o Náutico.

JC – Como você descobriu Acosta?

GAREPPE – Durante os meses de outubro e novembro, viajo pelos países do Mercosul para observar jogadores. Estava em Buenos Aires, ano passado, quando um amigo me falou que haveria o clássico Penãrol e Nacional. Fui a Montevidéu e me deslumbrei com a atuação de Acosta. Ele fez dois gols e deu passe para outro, na goleada por 4x1 do Penãrol. Me encheu os olhos.

JC – Mas como ele veio parar no Náutico?

GAREPPE – Ofereci Acosta ao Paraná e Juventude, mas não houve acerto. Aí, quando estava no Náutico para acertar a negociação de Escalona, vi que o clube estava atrás de um meia canhoto. Na hora falei sobre Acosta e eles pediram para ver algum material. Mostrei um DVD, que não tinha mais do que sete minutos, e na manhã seguinte eles me retornaram querendo fechar a negociação.

JC – Para 2008, a parceria Náutico/Gareppe vai continuar?

GAREPPE – Estou garimpando alguns jogadores e selecionei um jogador, que se vier para o clube, será uma aposta muito interessante. Ainda não estou autorizado a falar, mas é um meia-atacante da Colômbia, de 19 anos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Cuidado com esse caloteiro engana as pessoas jogadores e familias...Se diz agente somente para tirar dinheiro das pessoas..CUIDADO